Vi, ouvi, gostei e compartilho com todos que acreditam que TODO BRASILEIRO TEM DIREITO A APRENDER.

Vi, ouvi, gostei e compartilho com todos que acreditam que TODO BRASILEIRO TEM DIREITO A APRENDER.


Participei desta reunião e me senti enriquecida com o nível de informações, com o nível dos convidados e dos participantes. Me senti muito empoderada, e em agradecimento ao convite da SEEDUC/RJ publico a programação com links pesquisados que poderão agregar valor ao conhecimento de quem ACREDITA NO INÉDITO VIÁVEL.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
IV Reunião Anual da ABAVE – “Todo brasileiro tem direito a aprender”.
18/06 à 20 /06/2008

PROGRAMAÇÃO
18 de Junho de 2008, Quarta -Feira

Minicursos
13h30 às 17h – Sala Itaipu A
Tema: Indicadores e metas das escolas
José Franscisco Soares – UFMG
13h30 às 17h – Sala Itaipu B
Tema: A avaliação da alfabetização
Hilda Micarello e Josiane Toledo – CAEd /UFJF
13h30 às 17h – Sala Mar Azul
Tema: Os fundamentos do IDEB
Ruben Klein – Fundação Cesgranrio
13h30 às 17h – Sala Guaratiba
Tema: As Escalas de Proficiência do SAEB
Nilma Santos Fontanive – Fundação Cesgranrio
13h30 às 17h – Sala São Conrado
Tema:Introdução à Teoria da Resposta ao Item
Girlene Ribeiro de Jesus – UnB
13h30 às 17h – Sala Pontal
Tema: A pesquisa da escola eficaz
Nigel Brooke – UFMG

Abertura
20h – Sala Itaipu
Abertura Oficial da IV Reunião da ABAVE “Todo o brasileiro tem direito a aprender”
Governador de Estado do Rio de Janeiro/Secretária de Educação
Exmo. Sr. Sérgio Cabral Filho /Tereza Porto

21h Coquetel de abertura

19 de Junho de 2008, Quinta- feira

8h às 9h30 – Sala Itaipu
Conferência: A Prova Brasil e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB
Prof. Reynaldo Fernandes – INEP/MEC

10h às 12h – Sala Itaipu A
Tema: O Direito de aprender
Maria Helena Castro – SEE/SP
Maria José Feres – Projovem
Mariza Abreu – SEE/ RS
Coordenador: José Francisco Soares – UFMG

10h às 12h – Sala Itaipu B
Tema: A avaliação de políticas e da gestão da Educação Pública
Fernando Reimers – Harvard
Jeff Puryear – PREAL/Chile
Ky Adderley – KIPP AMP Academy /NY (Conheça o educador ucraniano Anton MAKARENKO)
Coordenador: Manuel Palácios – CAEd/ UFJF

14h às 16h – Sala Itaipu B
Tema: Sistemas Nacionais de Avaliação: os resultados e a relação com as escolas
Amaury Gremaud – INEP/MEC
Jacqueline Levasseur – França
Coordenador: Nigel Brooke – UFMG

14h às 16h – Salão Itaipu A
Tema: A avaliação da alfabetização
Alicia Bonamino – PUC/RJ
Delaine Cafieiro Bicalho – CEALE/UFMG
Gladys Rocha – CEALE/UFMG
Nilma Santos Fontanive – Fundação Cesgranrio
Coordenadora: Hilda Micarello – CAEd/UFJF

14h às 16h – Sala Guaratiba
Tema: A utilização do modelo de Rasch na Provinha Brasil
Dalton Francisco de Andrade – UFSC
Ruben Klein – Fundação Cesgranrio
Tufi Machado Soares – CAEd/UFJF
Coordenador: Joaquim José Soares Netto – UnB

16h30 às 18h30 – Sala Itaipu A
Tema: Sistemas de Avaliação da Educação Básica: a utilização dos resultados
Maria Isolda C. de Arruda Coelho – SEE/CE
Tereza Cristina Porto Xavier – SEE/RJ
Vanessa Guimarães Pinto – SEE/MG
Coordenador: Cláudio Mendonça – FESP/RJ

16h30 às 18h30 – Sala Itaipu B
Tema: O direito à educação: o itinerário brasileiro
Bernardete Angelina Gatti – FCC / SP
Murílio de Avellar Hingel – UFJF
Romualdo Portela de Oliveira – USP
Coordenador: Mozart Neves Ramos – UFPE

16h30 às 18h30 – Sala Guaratiba
Tema: A avaliação da educação superior
Clarilza Prado – PUC/SP
Iguatemy Maria de Lucena Martins – INEP/MEC
Robert Verhine – UFBA
Coordenador: Wagner Andriola – UFC

20 de Junho de 2008, Sexta-feira
08h às 12h – Em todas as salas
Apresentação de Trabalhos

14h às 16h – Sala Itaipu A
Tema: Projeto de educação e responsabilidade social
Denise Aguiar A. Valente – Fundação Bradesco
Viviane Senna – Instituto Ayrton Senna
Wanda Engel – Instituto Unibanco/RJ
Coordenadora: Eleuza R. Barboza – CAEd /UFJF

14h às 16h – Sala Itaipu B
Mesa-redonda: A experiência dos estados com a avaliação da alfabetização
Aléssio Costa Lima – SPAECE-Alfa/CE
Cláudio Marques – PAIC/CE
Maria Inêz Barroso Simões – SEE/MG
Maria Nilene Bedeca da Costa – SEE/MS
Coordenadora: Marluza de Moura Balarini SEE/ ES

16h30 às 17h30
Homenagem especial e coquetel de encerramento

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Vi, ouvi, gostei e compartilho com todos que acreditam que TODO BRASILEIRO TEM DIREITO A APRENDER.
Graça Santos
Gerente de Ensino, Gestão e Integração

Com a premissa de que TODO BRASILEIRO TEM DIREITO A APRENDER a professora Lina Kátia, Presidente da ABAVE, destacou a contribuição dos professores, pesquisadores e acadêmicos que têm contribuído para os avanços no campo da avaliação educacional. Tomada pela emoção após a audição do discurso de abertura da Presidente da ABAVE, decidi solicitar cópia do mesmo. Dirigi-me até ela, me apresentei, e no mesmo instante fui presenteada com algo que gostaria que todos os professores que não puderam participar tivessem a oportunidade de refletir sobre o mesmo.

O presente (Transcrição do discurso com grifos meus)

“É bem verdade que hoje já não encontramos ninguém a contestar este direito, e esta concordância pode ser entendida como um avanço democrático de nossa sociedade. Cuidemos, no entanto, de ir além desse acordo retórico e ambíguo, tentando perceber o que este direito implica em nosso cotidiano e dos brasileiros.
Alguém poderia dizer que esta idéia – a de que todo brasileiro tem o direito de aprender – já existia à época da escravidão, pois todos os escravos deveriam aprender duas coisas: como ser escravo e trabalhar. Outro poderia ainda dizer que este direto sempre foi respeitado, especialmente depois da escravidão, quando nas grandes propriedades rurais ou na indústria nascente todos podiam aprender algum ofício, e exercê-lo de sola a sol, nas mais duras condições. Aliás, no começo do século XX os grandes industriais brasileiros, através de vários documentos, insistiam que o trabalho era a melhor escola para uma população composta em grande parte de vários preguiçosos, e que somente o aprendizado de uma profissão poderia redimir esta população de sua improdutividade. Estas interpretações do direito de aprender nos parecem hoje estreitas e ridículas. Foram, no entanto, modos comuns, em nossa história, de entender o direito de aprender.
A sociedade brasileira evoluiu materialmente e reflexivamente. Somos, hoje capazes, de formular este direito vinculando-o à própria raiz da idéia de direitos, ou seja, a liberdade de cada um e de todos. As antigas interpretações, se é assim que podemos chamá-las, associavam o aprendizado a um trabalho subalterno, à ausência de liberdade. Atualmente entendemos o contrário: os direitos existem para a garantia e atualização da liberdade e da potência de cada um dos brasileiros. E, nesse caso, a afirmação de que todo brasileiro tem o direito a aprender ganha uma primeira determinação: aprender não aquilo que o torna subalterno, mas aquilo que permite a cada um a experimentação progressiva de sua liberdade e da liberdade de outros brasileiros.
Mais ainda: as antigas interpretações sempre vinculavam o aprender às possibilidades de um mercado de trabalho marcado pelo enorme dispêndio de energia física dos homens. Hoje, é usual a argumentação a favor do direito a aprender pelo recurso à existência de um mercado de trabalho que exige o domínio do letramento e de habilidades especiais como a condição de empregabilidade. Ora, o direito a aprender, e a aprender sobretudo aquilo que amplia a liberdade humana, não pode estar ancorado na estrutura do mercado de trabalho, e sim na concepção cada vez mais reflexiva e universal do que entendemos por homem e humanidade.
Sem dúvida, é impossível desconhecer a realidade factual, concreta, de um mundo do trabalho e mutação, com suas exigências próprias e legítimas. Mas este reconhecimento do mundo bruto do mercado não pode se sobrepor à necessidade de vincular o direito ao aprendizado.
Isso traz outra conseqüência: o direito ao aprendizado não pode ser visto apenas como algo que cada um encontra na sociedade em geral, em acasos felizes. Este direito, para ser coerente, deve ser exercido numa instituição que possibilite aos brasileiros um domínio reflexivo sobre a própria idéia de direitos e da liberdade, e esse deve ser o território de nossa escola, pública ou privada. De uma escola que, progressivamente, seja capaz de oferecer a todos os brasileiros os instrumentos e meios cada vez mais complexos para a compreensão exigente de uma sociedade fundada em direitos e na liberdade.
Claro que este aprendizado pode se dar em várias instituições sociais, mas a escola é a condição essencial para que os valores e os comportamentos de liberdade se enraízem profundamente em nossa sociedade. Por isso mesmo, ela cancela esta vivência democrática como fruto do acaso, tornando-a opção reiterada da sociedade, e faz do aprendizado ou do exercício profissional uma possibilidade de homens livres numa sociedade livre.
Isto significa reconhecer a natureza complexa do direito a aprender e os desafios da escola.A ABAVE foi criada com esta inspiração: a de respeitar esta complexidade da escola, do aprendizado numa sociedade democrática, e a de refletir sobre os meios de fazer de nossa escola uma escola eficaz .A ABAVE foi instituída com base na premissa de que a avaliação é um modo de refletir sobre esta escola eficaz e democraticamente comprometida, e que pode e deve ser incorporada de maneira extremamente positiva no cotidiano escolar.
Acreditamos na avaliação de larga escala como uma perspectiva que, longe de empobrecer o nosso olhar sobre o processo de ensino e aprendizagem, pode enriquecê-lo e tornar mais eficazes as nossas políticas e estratégias destinadas a dar corpo ao direito que todo brasileiro tem a aprender.
A perspectiva da avaliação da educação é recente em nossa história. Ela surge, entre nós, ao final do século passado, em meio a um movimento típico de sociedades democráticas ou em democratização, interessadas em aprofundar o conhecimento sobre seus desafios, suas possibilidades e em criar mecanismos que tornem os governantes – e os cidadãos de modo geral – responsáveis pela solução destes desafios e atualização dessas possibilidades. Sem o desenvolvimento dessa capacidade autoreflexiva e prática, é a própria democracia que passa a correr riscos, pela associação do ceticismo geral com a ação predatória de interesses puramente particulares. Neste sentido reitero a relação direta entre mecanismos como os de avaliação em larga escala e a vitalidade democrática de nossa sociedade. Como todas as outras práticas de accountability, de responsabilização e de autoconhecimento, avaliação educacional em larga escala é um modo de mostrar o Brasil ao Brasil. Revela a todos nós o que de fato somos, de modo que possamos enfrentar todas as dificuldades que ainda nos atormentam e construir as estratégias de atualização e ampliação de nossas qualidades e potencialidades.
Os resultados da avaliação educacional brasileira em larga escala atestam a baixa qualidade do ensino oferecido em nossas escolas. Mostram a existência de largos contingentes de crianças e adolescentes que, diante das dificuldades de aprendizagem e do pouco incentivo para os estudos, terminam por desistir da escola, seja pelo abandono da sala de aula, seja se entregando às reprovações e às turmas de excluídos, diante de uma escola indiferente. O primeiro efeito das avaliações da educação básica em larga escala é trazer à luz a situação desta população estudantil e promover a equidade como um valor fundamental da educação democrática. Por isso acostumamos dizer que avaliar a educação é testar a eficácia de um direito fundamental. O direito à educação não se resume à vaga na escola, ele só se realiza com o desenvolvimento daquelas competências que asseguram ao jovem o ingresso no mundo da cultura e da cidadania.
Mas as avaliações mostram ainda mais. Nunca é demais repetir que é preciso combater a indiferença, a crença, mais difundida do que se pensa, de que para muitos brasileiros basta algum rudimento de escolarização.
Por esta razão é preciso conceber políticas que incentivem os profissionais da educação que querem fazer a diferença, políticas que combatam os cenários tão freqüentes de paralisia e inércia. E isso não se faz só com recursos e orçamentos. Mas com idéias generosas e democráticas, bons programas de ensino e propostas curriculares inovadoras, e atenção redobrada com a formação do professor.
A avaliação é hoje, reconhecidamente, um instrumento eficaz de responsabilização dos nossos governantes e dos gestores de nossas redes de ensino. Ela não deixa para a posteridade o julgamento do que estamos fazendo hoje: ela nos devolve, com rapidez e clareza, se estamos de fato comprometidos com este direito que todo brasileiro tem de aprender. Daí o compromisso da ABAVE. Primeiro, pela sua natureza multidisciplinar: reúne pesquisadores de diversas áreas, alfabetização e letramento, educação matemática e científica, estatística e psicometria, que atuam na avaliação educacional. E também congrega gestores da educação pública que lidam, no seu cotidiano, com o compromisso de elevar a qualidade do ensino e melhorar os padrões de gestão de nossas escolas.

GRACA SANTOS

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