Arquivar novembro 21, 2019

Pescador de gelinhos: o futuro empreendedor, um texto provocador de Patrícia Vieira

Ontem fiquei intrigada e ao mesmo tempo feliz, pois não podemos perder as esperanças e tão pouco julgar analisando um contexto de um só lado. Confesso há tempos estou preocupada com a base familiar e educacional das nossas crianças e adolescentes.

Eu e meu companheiro chegamos ao pesqueiro em um bairro aqui perto para almoçarmos como algumas vezes fazemos. O lugar é simples e fascinante. Em meio aos montes verdes, quatro lindos lagos rodeados de patos, galinhas com seus pintinhos, gansos, marrecos, vacas, cavalos e tantos outros animais em volta da mata.

Ao finalizarmos as refeições, apareceu um garoto com idade entre 10 e 12 anos no máximo, com uma bolsa térmica cheia de gelinho, geladinho ou sacolé. Normalmente eu não compro, mas ontem foi diferente, pensei caramba esse menino subindo e descendo essas ladeiras nesse sol quente?

Deveria estar precisando muito, o ajudarei. E enquanto ele separava o gelinho de limão e abacaxi nós íamos conversando. Perguntei, você mora por aqui? Imaginando que o jovem morava no vilarejo que tínhamos passado para chegar até ali e ele respondeu moro. E assim continuei, você vendeu muito hoje e o menino disse que tinha vendido algumas unidades. Eu imaginei ele ali brincando e pescando com os meninos da sua idade e idealizei como seria a sua família humilde e se teria ou não irmãos…

Eu meio desconfiada sobre o gosto daqueles gelinhos, afinal custava somente R$ 0,50 realizei o pagamento e agradeci. Ele disse tchau, o meu  avó é dono daqui, por isso moro aqui perto e foi descendo a ladeira com os seus sacolés…

Fiquei com a boca aberta, pensando sobre os meus “pré-conceitos”, sobre as quebras dos paradigmas, sobre a importância do respeito, da base familiar, do espírito empreededor, do aprendizado baseado em projetos, em problemas, aproveitamento dos recursos e do empreender na escola.

O menino poderia ser pobre, mas não era, poderia ser um jovem mimado e acomodado por ser herdeiro daquele grande empreendimento, porém não era, precisaria estar com aquela bermuda velha e camiseta, mas estava. Poderia muitas coisas naquela momento, contudo estava ali empreendendo. E o gelinho era tão gostoso que depois ainda pedimos mais 4 para levar.

Fiquei admirando o menino… E a nossa melhor pescaria naquela tarde foi a descoberta e a compra do gelinho dele. É bem provável que um dia ele seja um empresário bem sucedido. Eu sou a Zezé, mas poderia ser o João, a Carla, a Paula, o Anderson, a Rafaela, o Lino e ou a Da Fé…

Abraços e venham nos conhecer!

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Orientação passo a passo para quem deseja estruturar a escrita de uma ideia

Você já percebeu como as mais diversas histórias, seja de livros ou de filmes, tem certos elementos básicos que, de uma forma ou de outra, estão quase sempre presentes? Pois é, mas esses padrões vão além da cultura pop, e acontecem nas mais  diversas mitologias de povos ao redor de todo o planeta. Joseph Campbell, um famoso estudioso dos mitos, percebeu isso e detalhou esses padrões em seu livro O Herói de Mil Faces. Por mais diferente que seja a cultura, os heróis mitológicos passam por situações parecidas, o chamado à aventura, a recusa do chamado, e mais diversas outras fases, e se relacionam com outros personagens que vestem as máscaras de arquétipos como o mentor, o sombra, e tantos outros.

Com base em todo o estudo de Campbell e em sua experiência em Hollywood, Christopher Vogler escreveu um pequeno guia que acabou se tornando muito popular, no qual apresentava o mitologema do herói de um modo mais palatável e metodizado para criação de histórias, tanto áudio-visuais quanto escritas. Tempos depois esse material foi ampliado e deu origem o livro A Jornada do Escritor, obra de grande importância para qualquer pessoa que tenha interesse por escrita criativa.

O livro estava esgotado no Brasil e acaba de ser relançado pela Editora Aleph, como de costume numa belíssima edição, gostosa de ler e ótima para eventuais consultas, e muito bem diagramada. Considero esse ponto essencial para uma obra repleta de diagramas e gráficos, como é o caso. Mas, porque ler um livro que ensina como contar sua história? Não seria melhor contá-la do seu jeito? Bem, sim. E não.

Veja bem, a Jornada do Herói está presente na maioria das histórias, mas nem sempre do modo mais clássico como foi descrita. Um exemplo desse modo mais ao pé da letra são os filmes de Star Wars (George Lucas, aliás, era amigo de Campbell), onde temos o herói relutante (Luke) que acaba se envolvendo numa aventura com o auxílio de um mentor (Obi-Wan), e a partir daí todas as situações se desenrolam o mais perto da estrutura clássica da jornada. O grande lance é conhecer de forma mais bem definida esses padrões, o nome que se dá aos tipos de personagens, chamados de arquétipos, quando e onde eles foram utilizados e tudo mais. Estar por dentro dos meandros da Jornada do Herói é uma grande ferramenta, tanto para quem quer utilizá-la diretamente, quanto para quem quer usá-la como base para traçar caminhos diferentes.

A Jornada do Herói de Campbell, até mesmo por se tratar de um livro com teor mais acadêmico, é composto de mais etapas, 19 para ser mais exato. Vogler nos apresenta uma estrutura de 12 etapas dividas em três atos, mas para os que possam se preocupar se isso os limitaria de alguma maneira, é bom lembrar que a jornada é uma forma, nunca uma fórmula, como ele próprio diz. Na primeira parte do livro temos a definição da jornada, assim como a descrição e explicação dos principais arquétipos, a saber: herói, mentor, guardião de limiar, arauto, camaleão, sombra, aliado e pícaro. Aqui aprendemos como esses personagens se comportam, e também que um personagem pode representar mais de um arquétipo no decorrer da história.

Na segunda parte temos o detalhamento de cada um dos 12 passos da jornada, que são:

  1. O mundo comum;
  2. Chamado à aventura;
  3. Recusa do chamado;
  4. Encontro com o mentor;
  5. A travessia do primeiro limiar;
  6. Provas, aliados e inimigos;
  7. Aproximação da caverna secreta;
  8. A provação;
  9. A recompensa;
  10. O caminho de volta;
  11. A ressurreição;
  12. Retorno com o elixir;

Mesmo se você não conhecer os arquétipos e as etapas da jornada, já dá pra imaginar bastante coisa pelos nomes, não? Eu garanto que conhecer isso tudo a fundo é muito interessante e útil na criação de qualquer história, mesmo que você não use esses conhecimentos num nível consciente, os conceitos estarão sempre presentes, e num momento de indecisão ou quando a trama chegar num ponto sem aparente solução, analisar sua história usando os preceitos de Vogler pode ser muito útil.

E não se preocupe, o livro não é chato, extremamente teórico ou de leitura difícil. Vogler explica pacientemente, a leitura flui muito bem, e por todo percurso do livro os conceitos são explicado e explorados usando obras da cultura pop que vão de Star Wars a Pulp Fiction, que você já  deve conhecer. Se não conhecer, tome um tempo para consumir algumas dessas coisas depois de ler o livro, e assista com o olhos de quem já conhece a jornada, é uma experiência bastante interessante.

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