Arquivar abril 26, 2010

28 de abril – Dia da educAÇÃO

Data da Cúpula Mundial de Educação realizada há dez anos, em Dakar. O Dia da Educação marca o compromisso de se alcançar os objetivos e as metas do Educação Para Todos (EPT) para cada cidadão e cada sociedade. Mas apesar dos avanços importantes alcançados nos últimos anos, a data nos lembra que o Brasil ainda está longe deste objetivo. Alguns números destacados pelo 20º kit do projeto “No Ar: Todos Pela Educação”, apontam que o Brasil ainda tem baixos níveis de aprendizado, que nossos professores não são devidamente valorizados e que precisamos aumentar os investimentos em Educação.

O Perigo da História Única – Contar uma única versão sobre nós mesmos pode significar abrir mão de viver

As nossas vidas, as nossas culturas, são compostas por muitas histórias sobrepostas. A romancista Chimamanda Adichie conta a história de como descobriu a sua voz cultural – e adverte que se ouvirmos apenas uma história sobre outra pessoa ou país, arriscamos um desentendimento crítico.

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Desde muito cedo percebi que a trajetória de uma vida continha bem mais do que os conflitos visíveis. Em parte, me transformei numa contadora de histórias ao intuir que a forma como é contada uma vida pode significar a possibilidade desta vida. Assim como pode determinar sua morte. O mundo é um palco onde se digladiam as versões – e o poder é usado para impor a história única como se fosse toda a verdade. Não só entre os países, mas na vida social e também dentro de casa. Compreender o poder da narrativa é o primeiro passo para construir uma vida que vale a pena. É também a chave para alcançar a complexidade – ou as várias versões – da vida do outro.

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Sinta o vídeo. Reinvente-se! São apenas 18min 49seg que nos convidam a repensar as nossas histórias contadas, apreendidas, multiplicadas e vividas. As histórias que ouvimos e contamos nos dão poder, e fazem o outro empoderado? Que histórias contamos sobre nós mesmos? O que os outros sabem de nós? O que permitimos que os outros saibam? Como contamos? Para que contamos? Para quem contamos? O que contamos ao longo da nossa trajetória? Estou com muitos questionamentos…Assista, e compartilhe comigo sua história! Clique aqui.


Ler esta matéria e escutar a entrevista de Chimamanda foi como sair de um quarto escuro e receber um banho de luz que nos deixa inicialmente cegas e atordoadas. Aos poucos vamos nos acostumando àquela nova situação, voltamos a enxergar, encantadas com a imensidão da realidade. Nada é mais a mesma coisa, nada nunca mais será a mesma coisa.”

Teoria da Diversão…É coisa de louco?





Hum….Uma provocação: Nada mais simples e criativo do que apostar todas as fichas na brincadeira. Sob o efeito da Teoria da Diversão, pensei..Alguém se habilita a criar algo que possa deixar a cidade mais limpa? Limparam os outdoors, mas esqueceram de limpar o chão. E de instalar cinzeiros nas ruas, como há nas esquinas para fumantes em Tokyo.

Falando em lixo, o designer Nick De Marcocriou a XS Chair, uma embalagem de vinil reciclado transparente que pode ser recheada com qualquer material. Ele encheu primeiramente com garrafas de plástico e papelão, propondo uma forma divertida de criticar o lado ruim do consumo desenfreado de bens descartáveis. Ironicamente, o projeto foi patrocinado pelo Walmart, ícone da descartabilidade.

Preocupada com o futuro da comida, sua produção e conservação, a Philips lançou um concurso para investigar os novos e possíveis caminhos. Brilha o projeto “Biosphere Home Farm”, um móvel cheio de estilo, que funciona como uma estufa em diferentes níveis pensados para diferentes ecossistemas, capaz de cultivar vegetais e até criar peixes. Útil e lúdico….Algo mais simples….Poderemos pensar na aula…Na escola…Um período feliz?

Bons professores na sala de aula


Com o quadro mapeado, o estudo optou também por propor alternativas para reverter a situação. A FVC e a FCC convidaram 17 especialistas de diversas áreas da Educação para um debate em novembro do ano passado. O resultado foi um rico conjunto de ideias para selecionar bons professores e manter os melhores na sala de aula. O consenso é de que deve-se atacar o problema por diversas frentes, oferecendo salários iniciais mais altos (os atuais ainda se encontram em patamares inferiores aos de outras profissões que exigem curso superior), propondo bons planos de carreira (substituindo uma progressão que hoje é baseada quase exclusivamente no tempo de serviço), melhorando a formação inicial (muitos docentes largam a carreira por estar despreparados para ensinar), resgatar o valor do professor na sociedade (por exemplo, noticiando mais as boas experiências em sala) e tratá-lo como profissional (a matéria-prima de seu trabalho é o conhecimento didático e não algum tipo de dom, como pensam muitos jovens).

Implementar a maioria dessas proposições está sob a responsabilidade da União, dos estados e dos municípios. Mas existe outro conjunto de medidas que diz respeito diretamente ao cotidiano na sala de aula. É o caso, por exemplo, do planejamento da formação continuada. Entender o que os professores de cada escola precisam aprender – não apenas para fazer os alunos avançar, mas também para que permaneçam satisfeitos e atuando com qualidade – é algo que deve estar no radar dos gestores escolares. Quase sempre, a melhor alternativa é realizar esse trabalho dentro da própria escola. “Um coordenador pedagógico que discute com os docentes suas necessidades específicas dá mais segurança à equipe. Os cursos externos em universidades e instituições de treinamento nem sempre são suficientes para atacar os problemas localizados”, explica Bernadete. O papel do diretor, por sua vez, aparece com força quando se trata de melhorar as condições de trabalho tanto em relação à estrutura material da escola quanto à convivência no ambiente escolar – combatendo, por exemplo, a violência, um dos fatores que mais afugentam docentes em atividade e potenciais candidatos. Nesse ponto, a integração com a comunidade é essencial para que o papel social da escola e seu espaço sejam respeitados.

O investimento na gestão para a convivência pode ajudar – e muito – para que se crie outro fator de atração para a docência. É o que os especialistas chamam de “oferecer uma boa experiência escolar”. A ideia é simples: se durante a vida acadêmica o estudante realmente aprendeu e desenvolveu uma boa relação com professores e colegas, tenderá a pensar mais na possibilidade de escolher a docência quando chegar a hora do vestibular. “Atualmente, isso é importante sobretudo na rede pública, pois é de lá que vem a maioria dos professores. É lá que mais precisamos de bons exemplos”, afirma Marli Eliza de André, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Trilhando esse caminho, você pode ajudar a atrair os bons candidatos de que o país tanto precisa para melhorar a Educação.

Intercâmbio Acadêmico